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segunda-feira, 10 de março de 2014

Um céu não tão egoísta

As nuvens estão passando, posso vê-las se perdendo além do limite do horizonte. Hoje há bastante azul naquele céu cinzento, que insistia em lançar pesadas tempestades sobre minha cabeça, muitas vezes me fazendo esquecer da existência da luz, do sol.

É bom poder reler coisas que escrevi e sentir que são passado. Como era uma pessoa diferente, com uma compreensão totalmente diferente da realidade e de minha participação nela.

Acredito que o caminho que escolhi não deve ter fim: mergulho cada vez mais fundo dentro de minha própria consciência, buscando localizar e compreender as razões de meus medos. Mas talvez tenha aprendido uma das lições mais valiosas na vida: não há de se combater coisas ruins com outras coisas ruins, ou elas apenas irão se proliferar em maior número como resultado final. Pelo contrário, aprendi a tentar compreender, aceitar e até gostar, em alguns casos.

Ao céu cabe carregar as nuvens e ao vento soprá-las para onde lhe convir. Eu, mortal e cheio de dúvidas, assisto e realizo o espetáculo de viver, para que a chuva ou o sol me completem um após o outro. Até o dia em que eu também vire vapor, vire uma nuvem, viaje pelo mundo e venha a chover em algum outro lugar.