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sábado, 13 de fevereiro de 2010

Pontinhos vermelhos - existe um plural?

Estive procurando um meio de falar desse assunto por metáforas legais pra ficar um texto bonito, mas perdi a vontade de fazer isso porque não preciso. Como já disse - acho que em todo post eu devo dizer -, vivo aprendendo e percebendo muitas coisas. Algumas delas estão alheias a mim e as absorvo; outras se esconderam na pessoa que eu tento ser e vão ganhando forma aos poucos. Falei de meus tesouros, de medos, de sonhos, pois é. Porém há uma coisa em especial que vivo buscando em minha vida e que sei ser extremamente determinante.

Ultimamente venho me sentindo mais e mais cansado de olhar para os lados e me sentir sozinho. Tenho amigos preciosos ao meu redor e sei que nem conseguiria viver sem eles, mas falo de uma companhia diferente: de um amor. E, francamente, até hoje não dei muita sorte com isso de amor. Dizem por aí que "não é fácil pra ninguém", todos temos nossas dificuldades para lidar com a falta ou a presença desse amor em nossas vidas. Penso que dar certo ou não envolve inúmeras variáveis que as vezes parecem ínfimas, só que acabam por fazer toda a diferença. Se a pessoa gosta de coisas parecidas ou não, se tem tais formas, se sabe tais coisas, se tem um comportamento 'x' e não 'y'... acho que buscamos um pouco de nós mesmos em outras pessoas, no geral.

Mas nem sempre é assim que acontece, por isso inúmeras variáveis.


Só sei que isso sempre teve uma grande importância para mim.

Em meio a inúmeras variáveis de minha vida, cresci acreditando que ficaria sozinho e assim que deveria ser. E foi por anos, a maior parte de minha vida. Eu devia ser quase uma aberração para meus amigos que arranjavam as suas companhias e seguiam experimentando esse lado da vida que para mim era tão intocável. Não havia meios ou motivos para que eu tivesse algum envolvimento amoroso com qualquer pessoa, mesmo tendo amado, então segui em frente com minha vida. Foi quando aconteceu... pela primeira vez. E foi incrível. Não podia descrever o tamanho da felicidade que devia estar estampada em meu rosto pateta, algumas pessoas disseram que eu estava a ponto de irradiar uma espécie de luz imaterial. Os outros também ficam assim quando se apaixonam, não é? Essa sensação mágica de completude e insegurança, misto de tantas coisas opostas num turbilhão cheio de cores.

Confiar nas pessoas nem sempre acaba bem, contudo.

E não acabou comigo. Ou melhor, acabou de uma forma bem dolorosa e cruel. Pude experimentar uma dor nova também, de proporções gigantescas e com o gosto amargo da profunda decepção. Até que foi passando, como todo o resto. Então me tornei mais esperto, mais centrado no que eu tinha para oferecer e no que eu queria encontrar, mas... o tempo sempre faz o seu trabalho. Não faz?

A verdade é que sempre me senti como um pontinho vermelho num mar cinzento. Por isso talvez não seja possível para mim achar esse amor pelo qual procuro. Ou talvez eu mesmo esteja me segurando nesse pensamento covarde para evitar que isso aconteça de verdade - não é fácil amar, exige tremer todas as suas bases e armaduras, deixar a outra pessoa entrar. Que depende de mim, eu sei. Aprendi que nem só de mim também, o que foi importante. E a esperança, como me disseram um dia, é imperiosa e não dá seu braço a torcer. Só...

Não consigo tirar da minha mente.
Que as vezes, talvez...


Se trate de uma busca sem sentido. Por outro pontinho vermelho.
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