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sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Simple Minds

Por que se engasgar com as palavras...?
Qual o sentido de tanta dúvida? Queria poder andar adiante simplesmente, sem olhar para os lados. Mas não consigo... é sempre mais forte que eu. É um hábito.

Hábitos são coisas muito importantes em nossas vidas, muitas vezes dão significado a ela. Mas são também difíceis de se mudar... exigem atenção constante e deixam armadilhas por todos os cantos. Me livrei de vários hábitos por causa das minhas condições, como por exemplo parar de mexer em minha franja porque não tenho mais uma e meu cabelo todo cresceu, fazendo voltinhas... Só que não consigo me libertar de outros hábitos ou sequer aceitá-los de verdade... só de vez em quando. Por que tem que ser tão mais fácil ser idiota? E falo de idiota mesmo... no sentido de idiotice ruim (porque há idiotice que é legal).


Quero mesmo poder apenas ir em frente... e poder confiar. O que está me segurando mesmo? Nada além de eu mesmo, disso eu sei. Pena que outras pessoas se sintam assim também, porque é bem ruim. Mas nem tudo na vida podemos controlar, temos que aprender a lidar com as adversidades e ficar mais fortes... ou não, e continuar tendo do que reclamar.


O título desse post vem de uma música de minha banda favorita, Do As Infinity. Muitas vezes eu digo que queria que as pessoas parassem de complicar as coisas, que tentassem ver o que realmente importa e está além da aparência ou do que se tem a ganhar ou perder... Mas quem sou eu pra desejar algo assim? Ninguém. Não posso exigir de ninguém algo que eu mesmo não sei fazer ainda... só brinco de saber as vezes.


É... acho que já deu.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

É bom poder virar uma folha! =D

Por mais idiota que essa frase possa soar, é mesmo muito importante conseguir virar a folha de vez em quando. Nossos sentimentos muitas vezes funcionam como armadilhas: caimos no buraco e lá queremos ficar, mesmo que ele nem tenha a altura para nos manter presos. É que as vezes é bom se sentir vítima de alguma coisa, não é fato? Se alguém te fez algo de ruim é muito difícil deixar isso passar, por vezes essa memória volta só para que possamos mostrar aos outros que sofremos algo, que merecemos atenção ou coisas assim. É como uma forma de afirmar suas tristezas na vida, porque as pessoas respeitam muito a tristeza dos outros. Pessoas cheias de problemas, pessoas com sofrimento não repartido muitas vezes parecem mais inteligentes e observadoras que o resto e são respeitadas por isso. Eu sei, vivo assim.

Mas admito: é muito bom poder deixar uma memória virar uma memória, deixar a página virar e tentar seguir em frente. Não faz muito tempo, meus olhos foram forçados a ver uma realidade que ainda não estava totalmente clara para mim. Convivi com ela por dias, temendo pelo mal que isso poderia me causar... só que ele não veio. Penso que em algum momento eu decidi não cair no maldito buraco e simplesmente saltei por cima dele, já que eu não estava sozinho ali. Pessoas que desviaram minha atenção, que seguraram a minha mão e ouviram o que eu tinha a dizer: a todas elas sou muito grato. Sei bem que viver como vítima de alguma coisa é um hábito também, então vou deixá-lo para trás aos poucos. Mas o sorriso que dei ali não foi mentira, meu peito não doía e isso também foi real. Por isso consigo sentir no ar o cheiro da mudança que eu resolvi procurar com minhas próprias pernas (não disse antes que seria assim de agora em diante?).

Páginas viradas, mais agora para ser lido. Ainda espero pelo ponto que mudará todo o resto do texto e dará um novo rumo à essa história. Um dia ele deve vir e quero estar pronto para isso.




"Uma dor como essas é como um calo causado por um sapato novo: no começo machuca muito, mas com o tempo nosso pé vai encontrando a forma certa e se encaixa no sapato. E o calo não dói mais."

Parou de doer! =D

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Rosa: quem precisa de uma cor dessas?

Pois é, nunca fui muito fã de rosa, por ser uma cor muito... feliz! Isso não no bom sentido - é um feliz chato e insistentemente vibrante, que chega a dar dor de cabeça se em grandes quantidades. E o rosa-choque então... aquilo cega uma pessoa! (ok, menos)

Então estou eu, pessoa que não gosta de rosa, conhecendo os Power Rangers em minha infância. Cinco heróis que se transformam e lutam contra o mal, WOW! Cheguei ao ponto de criar um grupo com primos e minha irmã para salvar o mundo também (de nada, obviamente) e eu era o ranger azul, que aliás é uma cor muito mais legal. No entanto... aí começou minha sina: minha favorita dentre eles era a Kimberly, justamente a ranger rosa. Gostava do jeito dela, era uma personagem divertida e com mais vida que os outros, que eram meio mecânicos as vezes, sei lá. Mas até aí tudo bem, era só Power Rangers.


Sou rosa mas também sou macho, rapá!

Não sei se antes ou depois dessa época, mas também conheci Cavaleiros do Zodíaco em minha pirralhice, isso na finada manchete (todo mundo faz esse trocadilho). Meu cavaleiro favorito? Shun, o rosinha. ROSA. Mas, poxa, ele era legal! Sempre gostei das suas técnicas, mesmo que ele fosse um chorão idiota as vezes. As correntes eram legais sim. E mais uma vez rosa se manifestava em minha vida... Isso depois veio a se repetir com Yu Yu Hakusho, em que meu favorito era o Kurama. Eu ate conseguia ver algumas mínimas semelhanças entre ele e o Shun, pelo estilo da arma principal, aparência andrógena, roupa rosa... Até a arma dele era uma ROSA! (vermelha, mas ainda assim conta como uma afronta!) E sim, gostava muito mais dele que dos outros, porque tinha uma personalidade legal, era inteligente e resolvia as coisas com simplicidade e estilo.


Rosa e andrógeno 1

Rosa e andrógeno 2 + rosa vermelha


Como meu passado me condena.

Aí me chega Digimon! Ah, aquela fase da Globo com a Angélica cantando a abertura insuportável do desenho, que eu acompanha sempre que podia. Levou um tempo para decidir quem era meu favorito, de início gostei muito da Sora, mas nenhum digimon me chamava muita atenção. Até surgir a última digiescolhida, com o brasão da luz. Agora, qual seria a cor do brasão desta bendita criatura? Sim, exatamente. E era um rosa brilhante (porque era luz, então). E sim, gostei mais dela que dos outros, ainda mais por causa da Tailmon, que era o digimon dela. A Tailmon era a melhor de todos ever!! Muito mais estilosa e mal encarada, eu adorava o jeito como ela tratava os outros e o jeito como ela foi introduzida na história. Gostava muito da Angewomon também, a anja com vários detalhes rosas e que atirava uma flecha rosa... Como pode?!

Digimon ou não, todo gato se derrete com carinho.


Nem o jogo Resident Evil escapou disso, já que minha personagem favorita acabou sendo a Claire Redfield, com a roupa toda rosada desde o colete até o short. Olhando assim até parece que gosto de rosa, não é? Parece uma mentira deslavada eu dizer que é uma cor irriante. Mas imagina como seria se eu escolhesse o personagem favorito por uma característica como a cor de suas roupas ou de seu poder? Isso não seria, de alguma forma, pequeno? Sei lá, cada um desses personagens tinha coisas interessantes e que superaram a sensação que o rosa causa em mim, então consegui levar adiante. Já costumo gostar de coisas que provavelmente me irritariam por elas terem detalhes interessantes.


Uso rosa mas não sou paty. SOU UMA PATY ARMADA! HAHAHA!

Aí, um belo dia em que conversava no msn com um amigo, tive o prazer de ser apresentado à criatura mais rosa que já tinha visto até o momento: hiper-fofa, com milhares de emoticons, fonte rosa e provavelmente um avatar rosa também, para 'equilibrar' o conjunto. Eu, uma pessoa chata e crítica, pensei "essa menina é fofa demais... COMO conseguirei manter uma conversa normal com ela???" (normal, claro), porque ela simplesmente era, ahn, tudo que eu não seria por achar feliz demais. Mas ok, vamos lá, ela era amiga de meu amigo e não havia porque me acanhar, logo aquela tempestade iria passar e eu voltaria ao meu mundo de trevas azuis... E meses depois já éramos amigos e até parentes! Como antes, só precisei ver além da casca rosada para achar características que me agradassem profundamente e que aprendi a admirar, acho que porque vi muita verdade por detrás de tudo aquilo que me assustou no início. Porque é isso que acho que vale mais no final... o que há por dentro, o que está além do superficial.

Então posso dizer que todas essas pessoas não conseguiram me fazer amar o rosa ainda. Mas mesmo sendo uma cor irritante e que dá dor de cabeça, ela assumiu um significado bem diferente para mim. Portanto, se a vida pretende me forçar ainda mais rosa goela abaixo, peço que sejam rosas como essas que subjulgaram minha chatice. Porque descobri o motivo de rosa só ser bom em quantidades moderadas: é uma cor especial para pessoas especiais.






Aproveito a deixa, então, para desejar a uma pessoa mais do que especial:

FELIZ ANIVERSÁRIO!!


Porque outros rosas vieram e passaram. Mas este, felizmente, faz parte do meu presente. =D

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Pontinhos vermelhos - existe um plural?

Estive procurando um meio de falar desse assunto por metáforas legais pra ficar um texto bonito, mas perdi a vontade de fazer isso porque não preciso. Como já disse - acho que em todo post eu devo dizer -, vivo aprendendo e percebendo muitas coisas. Algumas delas estão alheias a mim e as absorvo; outras se esconderam na pessoa que eu tento ser e vão ganhando forma aos poucos. Falei de meus tesouros, de medos, de sonhos, pois é. Porém há uma coisa em especial que vivo buscando em minha vida e que sei ser extremamente determinante.

Ultimamente venho me sentindo mais e mais cansado de olhar para os lados e me sentir sozinho. Tenho amigos preciosos ao meu redor e sei que nem conseguiria viver sem eles, mas falo de uma companhia diferente: de um amor. E, francamente, até hoje não dei muita sorte com isso de amor. Dizem por aí que "não é fácil pra ninguém", todos temos nossas dificuldades para lidar com a falta ou a presença desse amor em nossas vidas. Penso que dar certo ou não envolve inúmeras variáveis que as vezes parecem ínfimas, só que acabam por fazer toda a diferença. Se a pessoa gosta de coisas parecidas ou não, se tem tais formas, se sabe tais coisas, se tem um comportamento 'x' e não 'y'... acho que buscamos um pouco de nós mesmos em outras pessoas, no geral.

Mas nem sempre é assim que acontece, por isso inúmeras variáveis.


Só sei que isso sempre teve uma grande importância para mim.

Em meio a inúmeras variáveis de minha vida, cresci acreditando que ficaria sozinho e assim que deveria ser. E foi por anos, a maior parte de minha vida. Eu devia ser quase uma aberração para meus amigos que arranjavam as suas companhias e seguiam experimentando esse lado da vida que para mim era tão intocável. Não havia meios ou motivos para que eu tivesse algum envolvimento amoroso com qualquer pessoa, mesmo tendo amado, então segui em frente com minha vida. Foi quando aconteceu... pela primeira vez. E foi incrível. Não podia descrever o tamanho da felicidade que devia estar estampada em meu rosto pateta, algumas pessoas disseram que eu estava a ponto de irradiar uma espécie de luz imaterial. Os outros também ficam assim quando se apaixonam, não é? Essa sensação mágica de completude e insegurança, misto de tantas coisas opostas num turbilhão cheio de cores.

Confiar nas pessoas nem sempre acaba bem, contudo.

E não acabou comigo. Ou melhor, acabou de uma forma bem dolorosa e cruel. Pude experimentar uma dor nova também, de proporções gigantescas e com o gosto amargo da profunda decepção. Até que foi passando, como todo o resto. Então me tornei mais esperto, mais centrado no que eu tinha para oferecer e no que eu queria encontrar, mas... o tempo sempre faz o seu trabalho. Não faz?

A verdade é que sempre me senti como um pontinho vermelho num mar cinzento. Por isso talvez não seja possível para mim achar esse amor pelo qual procuro. Ou talvez eu mesmo esteja me segurando nesse pensamento covarde para evitar que isso aconteça de verdade - não é fácil amar, exige tremer todas as suas bases e armaduras, deixar a outra pessoa entrar. Que depende de mim, eu sei. Aprendi que nem só de mim também, o que foi importante. E a esperança, como me disseram um dia, é imperiosa e não dá seu braço a torcer. Só...

Não consigo tirar da minha mente.
Que as vezes, talvez...


Se trate de uma busca sem sentido. Por outro pontinho vermelho.
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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Um recado para minha amiga, Mudança.

Minha jornada até agora tem me levado a lugares diversos. Não lembro de quando exatamente ela começou, mas lembro dos motivos muito bem e do que vinha me mantendo em movimento. Sabe quando se faz um monte de coisas pelo bem de um objetivo e depois descobre-se que as razões não eram as certas? Não acredito que isso necessariamente torne as outras experiências erradas ou menores, pois houve um crescimento. Em meu caso, senti as peças se unirem mais que nunca, como num abraço apertado e verdadeiro.

A razão deve mudar. Para que eu valorize meus tesouros e possa sonhar depois do despertar, sinto que a razão deve mesmo mudar. Isso não acontece num estalo, eu sei... acabei de descobrir essa sala secreta em mim. Não tão secreta assim, na verdade, mas que aos meus olhos parecia desinteressante, muito comodamente. Queria que outras pessoas não passassem pelo que passo, mesmo sabendo que há tanta gente em situações piores que a minha. Mas sei do que estou falando também.

As lágrimas parecem querer sair correndo pela minha face que há tanto não sabe o que é essa sensação. Mais uma vez, me vejo idiota e criança, com tanto e tanto para ser aprendido e visto. Quando vi os pássaros no céu e senti vontade de partir numa viagem, não tinha noção do quão fundo isso poderia me levar. Mais uma vez estive me segurando em mentiras e fazendo delas minha base para a mudança. Ah... Mudança, como estou cansado de você, minha companheira. A cada lugar visitado você aparece e eu me vejo forçado a seguir sua estrada.

Só que dessa vez eu não quero fazer assim, Mudança. Te encontrarei agora, não se esforce em meu encalço. Porque acho que não hesitarei em ignorá-la se meu instinto assim desejar. E assim viverei, pagarei o preço.

Penso que a dor que sinto e que carrego desde muito tempo está aqui para comprovar o longo percurso que percorri. Ela não desaparecerá de meus olhos, minhas palavras, meus desenhos e minhas músicas, porque é quem sou também. "Aprendi a amar essa chuva... então a deixe me afogar em meus sonhos", e o que minha voz cantou é a verdade para mim. Agora, com os olhos voltados para um futuro completamente inseguro e cheio de surpresas, eu respiro muito fundo e debato com minha covardia costumeira para partir numa viagem novamente, porque nada é como antes e isso sempre me assusta. Mas...





Aquela voz que um dia me ajudou e que até hoje vivia em mim há de tomar seu lugar como memória em meu coração. Vou partir mais uma vez, Mudança.

Eu te encontro.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Instinto.

Gostaria de ser mais como os animais. Sabe... despreocupado com coisas desnecessárias, movido por vontades claras e honestas, sem questionamentos pessoais que mais servem para embaralhar a cabeça, tudo por instinto. É no que penso enquanto vejo uma gatinha aqui, ainda filhote, brincando sozinha com tudo que encontra no caminho. A serenidade que sinto num olhar animal é algo que me conquista.

Mas é, sou uma pessoa. E experimento tantas sensações num só dia que minha cabeça deve pesar algumas toneladas quando vou dormir. Sejam elas boas ou ruins, sempre disparam pensamentos que avançam e se entrelaçam a outros que já estavam ali: é realmente uma espiral sem fim. Se pensar é uma das coisas que nos diferencia dos animais, então gostaria de poder ser mais irracional de vez em quando. Porque as vezes simplesmente não aguento o fluxo e me deixo carregar por ele... e sabe-se lá onde vou parar.

Numa dessas viagens, me peguei pensando sobre os elos que construímos com as pessoas. Uma relação pode evoluir de diversas formas (ou estagnar), mas geralmente tem um início comum: nenhuma das partes se mostra como realmente é. O tempo e a convivência se encarregam de colocar alguns muros abaixo, o que vai gerando descobertas que, por sua vez, podem decorrer em aproximação ou separação. Só que quero comentar aqui sobre como é difícil as vezes nos livrarmos das primeiras impressões que tentamos passar, sobre como somos escravizados pela imagem que criamos no primeiro contato só por segurança. É como se a correnteza já nos levasse pelos caminhos conhecidos, fazendo-nos repetir atitudes que nem nos agradam de verdade, criando pequenas feridas que evoluem por toda a linha que forma o elo. Suponho que ela venha a se romper, nesse rítimo.

Em momentos em que percebo que não estou sendo eu mesmo, sinto-me como uma marionete presa por cordinhas muito mais poderosas que minha vontade. E o que dificulta o simples ato de respirar fundo e assumir o controle é o medo de ter esse controle nas mãos e não saber o que fazer com ele. Não é muito mais cômodo sentar-se no banco de trás e ver a viagem acontecer? Tão fácil permitir que a estrada seja qualquer uma, continuar se adequando aqui e ali sem objeções significativas. Mas... sei bem que a sensação de fazer as cordinhas se moverem para onde quisermos, fazer uma curva perigosa no caminho ou mesmo lutar contra a correnteza é extremamente mais válida. E real.

Então é dessa sensação que devo tirar coragem? Algumas relações me parecem tão promissoras que sinto um medo imenso de tentar. Francamente, não sei qual estalo milagroso me fez começar com outras... Acho que apenas aprendi a aceitar os sentimentos dos outros e ter segurança para dar os meus em troca. Talvez seja esse o caminho e, com tranquilidade, eu possa ser capaz de assumir o poder sobre minha consciência. Porque quero viver minha vida conscientemente. E com serenidade nos olhos, já que não há o que se temer.

E se houver, posso lutar. São meus instintos, afinal.